Autor de músicas como “A volta do boêmio”, sucesso na voz de Nelson Gonçalves, e “Negue”, cantada por diversos artistas, incluindo Maria Bethânia, Adelino Moreira completaria 103 anos em 28 de março de 2021. A estátua em homenagem ao compositor, cuja manutenção fica a cargo da Secretaria Municipal de Conservação, por meio da Gerência de Monumentos e Chafarizes, está em Campo Grande, bairro onde Adelino morou praticamente a vida toda.
Nascido em Portugal, Adelino Moreira de Castro veio para o Brasil com 1 ano de idade. Sua família se estabeleceu em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Em 1944, a convite de Braguinha, que era diretor artístico da gravadora Continental, Adelino gravou os fados “Saudades” e “Olhos d’alma”, de Campos e Morais. No ano seguinte, lançou um disco com as primeiras composições: o samba “Mulato artilheiro” e a marcha “Nem cachopa, nem comida!”.
A partir de 1952, Adelino compõe para Nelson Gonçalves, que grava a maior parte de sua obra, começando por “Última seresta”. O samba-canção “A volta do boêmio”, de 1956, entraria para a história como um dos grandes sucessos de Adelino, tendo vendido um milhão de cópias, número impensável no mercado fonográfico brasileiro da época.
Na década de 1960, Adelino Moreira contribui com o repertório de outros artistas, como Ângela Maria, Carlos Galhardo, Núbia Lafayette, Nora Ney, Aracy de Almeida e Orlando Silva. Sua música mais regravada é “Negue”, encontrada até em uma versão punk, interpretada pelo grupo Camisa de Vênus. Além de viver da música, Adelino abriu uma churrascaria, nos anos 1970.
O compositor morreu em casa, em Campo Grande, em maio de 2002. No mesmo ano, foi inaugurada a estátua dele, na Rua Barcelos Domingos. Feita em bronze, a peça é assinada por Mestre Saul e mostra Adelino sentado em uma mesa de bar, segurando o violão e uma caneta, como se estivesse escrevendo uma de suas canções.